Com apenas 20 dias de vida, o bebê Alan estava atrofiando,
no Norte da Ilha. Emagrecia e diminuía de tamanho em vez de crescer. Quem conta
isso é a mãe dele, Cíntia Sacramento Ferreira, nascida em São Paulo , mas moradora
da Praia do Santinho. “Das seis da tarde em diante o Alan não dormia mais. Ele
ficava só chorando”, relembra Cíntia. Isso era um tormento, mas não era o pior.
Misteriosamente, o bebê amanhecia sempre com várias manchas roxas pelo corpo...
e atrofiando, emagrecendo... por quatro meses. Cíntia chegou a fazer a malas,
pensando em voltar para a cidade natal São José dos Campos (SP). Foi quando uma
vizinha benzedeira descobriu o que estava se passando na casa dos Ferreira.
“Dona Nair é viva e ainda mora aqui perto até hoje. Ela acaba com mau-olhado,
bruxaria...” assim, com fé na benzedeira, Cíntia diz que foi acreditando que o
bebê tinha sido embruxado. Uma bruxa tinha se apossado dele e fazia uma coisa
horrorosa: bebia do seu sangue nas madrugadas. Daí, a causa das manchas roxas e
do guri tão minguado. Cíntia pediu para que o pequeno Alan fosse benzido. Assim
foi feito. Dona Nair foi até a casa dos Ferreira, benzeu o pequeno e pediu que
fosse feita uma simpatia para quebrar o encanto e desmascarar a bruxa. “Ela
pediu pra gente colocar embaixo do travesseirinho do Alan um tesoura em cruz
(aberta0”, lembra a Cíntia. Era fazer isso e esperar, porque no dia seguinte a
bruxa ia se apresentar a todos. A primeira pessoa de fora que chegasse na casa
pedindo alguma coisa seria a bruxa, atraída pela tesoura em cruz. Não deu outra, no
amanhecer seguinte, depois de uma noite onde Alan dormiu feito um anjinho e
acordou sem mancha, um mulher bateu na porta dos Ferreira. Parou na entrada da
casa, pediu um pouco de café emprestado e espichou os olhos pra dentro, como se
quisesse ver o quarto do bebê. Os Ferreira seguiram o que a benzedeira mandou,
deram o café pra bruxa e ela foi embora. Nada de mau aconteceu e ela foi embora
mesmo. Estava quebrado o encanto e a bruxa revelada. Hoje o Alan está saudável,
com 30 e poucos anos. “Não posso falar o nome da mulher, ela mora aqui perto
também. Muita gente tem medo dela”, diz a mãe, eternamente agradecida à
benzedeira.
Baseada na história
contada por Cíntia Sacramento Ferreira, moradora da Praia do Santinho,
Florianópolis.
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