segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Fora da vista, fora da mente



Recentemente eu estava lendo sobre uma enorme “ilha” de lixo duas vezes o tamanho do Texas flutuando no Oceano Pacífico em algum lugar entre São Francisco e Hawaii. A chamada “Grande Mancha de sujeira do Pacífico”, tem estado crescendo desde os anos cinqüenta e está composta por oitenta por cento de plástico e pesa mais de 3,5 milhões de toneladas.

A lição alarmante aqui é que só porque nossa sujeira não está mais na frente de nossa cara, não significa que ela se foi.

Assim também é com nossos “problemas”. Só porque rompemos com nossa namorada que nos estava nos machucando não quer dizer que nossa intolerância se foi. Só porque bebemos e fumamos não quer dizer que nossa solidão e depressão se foram. Só porque impomos a nossos empregados, filhos ou esposo (a), não significa que nossos sentimentos de falta se foram.

Hoje tome consciência das maneiras que você afasta sua sujeira. Limpe sua sujeira; melhor, corrige-a. Sinta o incômodo e enfrente o problema, de cabeça. Esta é a melhor maneira de limpar as águas contaminadas da sua vida.

A tesoura venceu a bruxa


Com apenas 20 dias de vida, o bebê Alan estava atrofiando, no Norte da Ilha. Emagrecia e diminuía de tamanho em vez de crescer. Quem conta isso é a mãe dele, Cíntia Sacramento Ferreira, nascida em São Paulo, mas moradora da Praia do Santinho. “Das seis da tarde em diante o Alan não dormia mais. Ele ficava só chorando”, relembra Cíntia. Isso era um tormento, mas não era o pior. Misteriosamente, o bebê amanhecia sempre com várias manchas roxas pelo corpo... e atrofiando, emagrecendo... por quatro meses. Cíntia chegou a fazer a malas, pensando em voltar para a cidade natal São José dos Campos (SP). Foi quando uma vizinha benzedeira descobriu o que estava se passando na casa dos Ferreira. “Dona Nair é viva e ainda mora aqui perto até hoje. Ela acaba com mau-olhado, bruxaria...” assim, com fé na benzedeira, Cíntia diz que foi acreditando que o bebê tinha sido embruxado. Uma bruxa tinha se apossado dele e fazia uma coisa horrorosa: bebia do seu sangue nas madrugadas. Daí, a causa das manchas roxas e do guri tão minguado. Cíntia pediu para que o pequeno Alan fosse benzido. Assim foi feito. Dona Nair foi até a casa dos Ferreira, benzeu o pequeno e pediu que fosse feita uma simpatia para quebrar o encanto e desmascarar a bruxa. “Ela pediu pra gente colocar embaixo do travesseirinho do Alan um tesoura em cruz (aberta0”, lembra a Cíntia. Era fazer isso e esperar, porque no dia seguinte a bruxa ia se apresentar a todos. A primeira pessoa de fora que chegasse na casa pedindo alguma coisa seria a bruxa, atraída pela tesoura em cruz. Não deu outra, no amanhecer seguinte, depois de uma noite onde Alan dormiu feito um anjinho e acordou sem mancha, um mulher bateu na porta dos Ferreira. Parou na entrada da casa, pediu um pouco de café emprestado e espichou os olhos pra dentro, como se quisesse ver o quarto do bebê. Os Ferreira seguiram o que a benzedeira mandou, deram o café pra bruxa e ela foi embora. Nada de mau aconteceu e ela foi embora mesmo. Estava quebrado o encanto e a bruxa revelada. Hoje o Alan está saudável, com 30 e poucos anos. “Não posso falar o nome da mulher, ela mora aqui perto também. Muita gente tem medo dela”, diz a mãe, eternamente agradecida à benzedeira.

Baseada na história contada por Cíntia Sacramento Ferreira, moradora da Praia do Santinho, Florianópolis.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A inveja da bruxa


Dizem quer isso ainda acontece, mas vou contar apenas o que Seu Gelci, da Enseada de Brito, em Palhoça, tem na lembrança. Na época do ano em que mudam as estações, as bruxas de Florianópolis costumavam se reunir na praia do Bairro Itaguaçu, no Continente, pra prestar satisfações ao chefe: o Coisa-Ruim. Belas damas da sociedade iam chegando e revelando suas identidades bruxólicas na medida em que pisavam na areia da praia. O encontro começava com cada uma beijando o rabo do pé-cascudo. Em seguida, passavam o relatório das maldades feitas e diziam as que planejavam fazer (enrolar a rede de pescador, dar nó na roupa do varal e até roubar crianças). E o Diabo ali, no centro das atenções, respeitado por elas e ouvindo tudo. Depois da reunião, quando o capeta ia embora, as bruxas ficavam contando os causos de suas vidas como mulheres normais. Uma delas, sócia de um clube da alta sociedade (que existe até hoje), começou a se gabar do baile que tinha ido. “Eram muitos vestidos lindos, luvas, penteados, homens bem-arrumados, orquestra...”. As outras bruxas arregalavam os olhos de tanta vontade e não resistiram a tanta tentação. Começaram a planejar uma festa igual. Uma até que lembrou: “Ei... tem que pedir permissão pro Diabo”. A outra retrucou: “Não, não... ele fede enxofre. Vai estragar a festa”. Pois bem, tomaram a decisão errada: fazer a festa sem avisar o chefe. Numa madrugada de quinta para sexta-feira, ali em Itaguaçu, se reuniram na praia, lugar bonito pra combinar com a vaidade delas, e começaram a festança. Bem do jeito que era no tal clube: com luvas, vestidos, musica.  Mas uma bruxa estragaria tudo. Essa tinha guardado uma inveja sem tamanho da colega que vivia na alta sociedade e resolveu avisar o Diabo. Chamou, chamou até que ele apareceu. Aí, ela cutucou; “olha, elas estão fazendo a maior festa me Itaguaçu e nem te avisaram”.  Num pialo, o cheiro de enxofre se espalhou pela praia. O Rabudo apareceu e ralhou: “Tão fazendo festa escondida de mim? Vão se arrepender pra sempre”. Balançou o tridente e transformou a bruxarada em pedra. O resultado da maldição ta ali em Itaguaçu até hoje. As pedras que enfeitam a praia são as bruxas que fizeram a festa. Aquela que entregou tudo pro Diabo também foi castigada, pra deixar de ser fofoqueira.

Baseada na história contada por Gelci José Coelho,
Morador da Enseada de Brito, em Palhoça.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A encantada da cachoeira


A tia benzedeira sempre lembrava: "Melhor não ficar na rua às seis da tarde. É a hora morta". E Seu Arante com meia dose de medo e meia de respeito, se esforçava pra sair do Pântano do Sul de manhã cedido, ir até o Ribeirão da Ilha a pé pela Costa de Dentro e voltar antes daquela hora maldita. Não foi por falta de aviso que dia ele se atrasou e descobriu no que dá atravessar o Sertão do Ribeirão quando não se deve. Era Inverno de algum ano da década de 1960 e, como todo inverno, o sol ia embora mais cedo.  Arante José Monteiro ainda esbanjava juventude com seus 30 e poucos anos. Peixe dava de monte no Pântano do Sul, no chão do Ribeirão nascia de tudo. Levava-se o peixe de um lado pra trocar pelas verduras e farinha do outro. Nesse dia, Seu Arante fez tudo como sempre: levantou no breu, antes das 6h, carregou o cavalo com dois balaios atolados de peixe - um balaio de cada lado pro cavalo não ficar penso -, e se pôs na estrada. Ele a pé, guiando o bicho pela rédea. Ao meio-dia, já tinha passado o Morro da Boa Vista e, no Sertão do Ribeirão, visitado a avó. Seguiu viagem, trocou o peixe pelas verduras e farinha, mas resolveu ir mais longe, deu uma esticada até a casa da irmã, Maria, na Costeira do Ribeirão. Não devia ter feito isso. O tempo, coisa mais rápida que tem, passou e ele não viu. Quando resolveu voltar para o Pântano do Sul, o sol já pedia pra ir embora. Ele e o cavalo eram as únicas vivas almas no caminho. Eram eles, o lusco-fusco e o silêncio, vez ou outra quebrado pelo mato mexido com o vento Sul. O passinho era miúdo, a barriga apertada de medo. Arrepiava tudo. Estavam no meio do Sertão e a hora morta já havia alçando eles. Seu Arante ouvia o barulho da cachoeira do lugar. Deu um ou dois passos de cabeça baixa, quando sentiu o cavalo refugar e pular para trás. Ergueu a cabeça, olhou para frente e ficou congelado com o que viu. Uma mulher, vestido branco arrastando no chão, cabelo preto comprido e uma cara de quem faz questão de dizer: “eu já morri”. Ela encarava Arante como se quisesse levar ele pra lugar de onde não se volta. Do lado dela, esticada no chão, uma toalha vermelha lembrava sangue derramado, mas para Arante isso é um mistério até hoje. O jovem nem se lembrou da reza para espantar visagem – “te benzo em nome do Pai, do cristo e Espírito Santo” -, agarrou-se no cavalo, apertou os olhos e só abriu quando sentiu o arrepio passar. A mulher tinha sumido, do mesmo jeito como apareceu, por encanto. Contando a história, hoje com 80 anos. Seu Arante fita vista no nada e jura que foi tudo assim e que a mulher de branco ficou conhecida como a Encantada do Cachoeira.

*Baseada na historia contada por Arante José Monteiro e
Arante Monteiro Filho, do Pântano do Sul.


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Resistência = Verdade




Verdade cabalística: quanto maior é a resistência, maior é a verdade que está esperando ser revelada. Tradução: Desses problemas que você está fugindo? Você está fugindo na direção errada. Vá para cima deles. Abrace-os. Ali é onde está se escondendo sua satisfação.

Escolha uma coisa que você tem estado evitando e enfrente-o hoje. Encontre a força interna para escutar o que é doloroso, fazer o que é incômodo, sentir o que é desagradável. Você se surpreenderá com os resultados.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Luz favorável



As flechas que mais te furam são aquelas que saem do seu próprio arco. O duvidar de si mesmo e o ódio de si mesmo são seus maiores obstáculos na vida.

Aprender a amar a si mesmo é essencial se você quiser ser alguém na vida. E isso não é tampouco um discurso de auto-ajuda “Polyanna”. A Luz do Criador está dentro de ti. É sua verdadeira essência. Reconhecer isso não é arrogância ou egocentrismo. Ao contrário, o não reconhecer sua Luz interior é uma negação da Luz do Criador.

Hoje olhe a si mesmo baixo uma Luz favorável. Observe a si mesmo como a boa pessoa que você verdadeiramente é.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Propósito divino



Ao longo do nosso caminho cada um de nós descobrirá tanta sujeira como também tantos dons: coisas que somos naturalmente bons e coisas que somos naturalmente maus.

Temos que encontrar a Luz em algum lugar de nossa sujeira. É ali onde a nossa Luz está se escondendo. Agora mesmo pode ser que não consigamos separar quais são nossas sujeiras e quais são nossos dons. Mas queremos estar sempre buscando.

Hoje faça uma lista escrita ou mental de seus dons e de sua sujeira. Conhecê-los te levará eventualmente ao seu propósito divino.

domingo, 4 de novembro de 2018

A cura das verrugas



Muitos antigos acreditam que, se a Semana Santa é quando Jesus está morto, também é sinal que o diabo está solto. Então, a quem agradecer o milagre operado na mão de Seu Gelci bem na Semana Santa? Aos sete anos de idade, ela andava com uma vergonha danada da mão esquerda. Escondia ela no bolso, cheio de traumas das verrugas que tomavam conta da pele. Eram muitas, dezenas. Gelci andava pela ruas do Centro de São José com os amigos, mas sempre com  mano no bolso. Até que um dia cruzou com Alcides, um misterioso carroceiro que foi direto ao assunto, com se já soubesse de tudo que se passava com Gelci: “Queres tirar isso?”, disse, apontando pra mão do rapaz. Gelci não teve dúvida, disse que sim e ouviu as regras do carroceiro. “Bate na porta da minha casa. Atrás da Igreja Matriz, duas sextas-feiras antes da Sexta-Feira Santa. Volta na outras duas sextas, bate de novo e a tua mão vai ficar curada. Depois, não podes voltar nunca mais nem me agradecer, se não, vais passar a verrugas pra mim”. Dito e obedecido. Quatorze dias antes da Sexta-Feira Santa Gelci foi até a casa do carroceiro, atrás da Matriz de São José, e bateu na porta. Alcides mal abriu e gritou: “pode ir”. Gelci voltou para casa pra voltar só dali sete dias. E sete dias depois ele voltou e bateu na porta. Dessa vez, o carroceiro nem abriu, só gritou: “pode ir”. Entre aquela segunda visita e a Sexta-Feira Santa, todas as verrugas da mão de Gelci desapareceram sem deixar um sinal sequer. Como prometido, ele nunca mais voltou nem agradeceu a Alcides. Até hoje, quase 60 anos depois, está com a mão limpa.

Baseado na história contada por Gelci José Coelho,
Morador da Enseada do Brito, em Palhoça.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Ressonância




Hoje, concentre-se de coração no que você mais deseja na vida. Treine seu cérebro a focar em objetivos positivos, mentalizando: quero ser feliz, quero ter saúde, quero ser consciente. Todo seu corpo vibrará nesta frequência e todos os pensamentos e sentimentos negativos gradualmente desaparecerão dando lugar aos positivos. A física chama isso de ressonância. E explica que colocando dois triângulos musicais idênticos lado alado, se você vibrar um deles, por causa da ressonância o outro também vibrará, mesmo sem contato físico. Deixe seu corpo vibrar como uma sinfonia. Uma das coisas que todos nós queremos é amor. Ao pensar em amor, não pense no amor como algo que você simplesmente recebe, mas como algo pelo qual você precisa se esforçar e que quer receber para compartilhar. Os relacionamentos podem ser comparados a negócios, você precisa investir para obter alguma coisa de volta. Encontre pequenas maneiras de amar as pessoas. Demonstre que você se importa com o bem delas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Orar e pedir




Ao orar, pedimos ao Criador que nos dê tudo: saúde, felicidade, sustento e redenção final. Os cabalistas questionam o propósito de rezar pedindo coisas. Afinal, no plano do Criador, já está decidido se receberemos ou não o que solicitamos. Objetivo de pedir é diminuir nosso ego, que é o único impedimento para recebermos qualquer forma de plenitude duradoura. Se uma pessoa não for capaz de admitir que necessite da ajuda do Criador, nunca poderá receber energia. Não importa quantas ações positivas façamos, nem o quanto sejamos inteligentes. Sem reconhecer a necessidade da Luz do Criador, nunca poderemos receber plenitude permanente. É importante rezar todos os dias. O fato de rezar demonstra com clareza que reconhecemos nossa pequenez e a grandeza do Criador.