terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O que é pão da vergonha?

Já falamos da importância de transformar nossa natureza reativa em proativa. Mas essa é uma tarefa bastante difícil. Por quê então a Luz simplesmente não nos imbuiu desta habilidade de transformar nossa natureza de imediato, sem nenhum esforço? Pergunte a qualquer pessoa qual o objetivo de qualquer time esportivo e 10 entre 10 pessoas dirão que o objetivo é vencer. Se você jogasse em um time, qual seria seu objetivo? Vencer! Afinal, não é isso que todos os times e atletas, amadores ou profissionais desejam? Nem tanto. Talvez o que desejemos de uma partida seja o desafio a possibilidade de perder. Para que possamos compreender melhor, vamos ilustrar com uma estória simples: Bobby é um garoto que faz parte de um time de baseball. Seu maior desejo é ser o lançador num fantástico jogo, e deixar seu pai e sua mãe orgulhosos. Bobby recebe esta chance logo no primeiro jogo, quando seu técnico o escala para ser o lançador da partida. Ele atira muito bem e vai eliminando os batedores um a um. Quando elimina o último batedor, todos os seus companheiros de time correm para ele, levantam-no nos ombros e correm por todo o campo. Bobby fixa os olhos em sua família que está sorrindo e acenando para ele das arquibancadas. A sensação de vitória e os sentimentos de alegria do garoto são indescritíveis. Mas depois do jogo, Bobby descobre algo chocante. O pai de Bobby, sabendo do desejo do menino, queria que ele realmente tivesse essa sensação de realização porque era dia de seu aniversário. Então seu pai havia combinado com os técnicos e jogadores dos dois times para que entregassem o jogo para Bobby. Em outras palavras, o jogo estava arranjado. Todos os garotos erraram de propósito e todos os componentes dos dois times sabiam a respeito. Agora, sabendo disso, como você acha que Bobby se sentiu?

A Kabbalah chama esse sentimento de Pão de Vergonha.

E eis aí a nossa resposta : se a Luz simplesmente nos desse, Receptores que somos, a habilidade de transformar nossa natureza sem nenhum esforço de nossa parte, nós nunca iríamos nos sentir genuinamente envolvidos ou felizes. Não teríamos realmente merecido a Luz. Sentiríamos o Pão da Vergonha porque a Luz compartilhou livremente, nos preenchendo com uma infinita realização não merecida e não mais apreciada. Por essa razão, o Receptor pediu por um desafio, uma barreira que o impedisse de receber a Luz Infinita incondicionalmente. Assim como o jogo de baseball, o Jogo da Vida também tem que ter seus desafios. São esses desafios que fazem aflorar em nós as nossas melhores habilidades. O grande desafio é transformar nossa natureza, eliminando o Pão da Vergonha para, aí sim, recebermos a alegria e realização infinitas.

Semente

Todo acontecimento tem uma semente. Se a vida parece ser caótica, aleatória e desordenada é somente porque não conseguimos perceber o processo de causa e efeito. Isto é, vemos a árvore, mas não vemos a semente. Esta falta de perspectiva leva as pessoas a viver sob a ilusão de que as coisas acontecem repentinamente. Na verdade, nada acontece de repente. Uma árvore não simplesmente aparece num jardim. Uma semente precisa ser plantada antes. Se você quer se livrar de algo em sua vida agora, deve em primeiro lugar aceitar o princípio de que você plantou a semente em algum ponto do passado. Por mais aleatório que o evento possa parecer, não existem acidentes. Existe ordem, ação e reação. Assuma a responsabilidade por alguma ação egoísta que você tenha cometido no passado.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O defunto e o taxi

Seu Maneca não gosta de se lembrar. Mas pediu um café preto e forte pra esposa e resolveu me contar o que aconteceu uns 70 anos atrás em Florianópolis. E começou dizendo: “Quem é taxista antigo deve saber da história”. O Moacir (Seu Maneca pediu pra chamar de Moacir, um nome fictício, pra evitar brincadeiras com pessoas da família) trabalhava no ponto de taxi da Praça IX e dirigia um Ford daqueles que a porta era uma lona de correr. Era um taxista experiente, cuidadoso, bom motorista. Mas não imaginava que, quando aquele Dia de Finados estivesse quase acabando, ia viver o que viveu. Passava das 11 da noite, quando ele fez a última corrida. Deixou o passageiro no Itacorubi e, no retorno, na porta do Cemitério São Francisco de Assis, uma jovem fez sinal para ele parar. Bonita, bem vestida, cabelos longos e apresentava menos de 20 anos. Moacir parou, ela embarcou, pediu, com voz calma, par que fosse deixada em casa, no número 50 da Rua Conselheiro Mafra, e calou-se com o olhar fixado à frente. Moacir, como todo bom motorista, puxava assunto, mas a moça não respondia. Tentava mudar a prosa, mas nada da jovem responder. Foi assim até chegarem ao destino, no Centro da cidade, quando ela apontou onde queria desembarcar. Saiu do carro e disse que ia subir para pegar o dinheiro com o pai. Moacir concordou, ajudou a garota a sair do carro e acompanhou, só com os olhos, ela subiu os 20 degraus que levavam à casa, no segundo piso de uma construção. Os minutos passaram e Moacir perdeu a paciência exatamente à meia-noite. Subiu a escada e bateu na porta. Um senhor, com lá seus 60 anos, atendeu por uma fresta. Moacir de “boa noite” desculpou-se, disse que não queria incomodar, mas que a filha daquele senhor havia subido pra pegar o dinheiro da corrida. Só que já tinha se passado 20 minutos. Aquele senhor olhou para Moacir com surpresa e disse: “Deve ter ocorrido algum engano. Eu não tenho filha”. Mais surpreso ainda, o taxista espichou o pescoço para dentro da casa e viu um retrato na parede. “E dela que estou falando”. Já com a esposa parada ao lado da porta, o senhor consertou o que tinha dito: “Realmente eu tinha uma filha, mas ela morreu tem muitos anos. Está sepultada lá no Itacorubi. E hoje nem consegui ir lá deixar umas flores pra ela. Minha senhora não está bem de saúde... fiquei cuidando dela”.  Moacir gelou, o coração disparou. Nem se despediu. Desceu mudo, não cobrou a corrida, não olhou pra trás, enfiou-se no carro e foi embora. Sentido a falta dos pais no Dia de Finados, a jovem tinha saído da cova pra ver o que tinha acontecido em casa, naquele segundo andar da Rua Conselheiro Mafra.

Baseado na história contada por Manoel Joaquim da
Costa, do Bairro João Paulo, na Capital.

Ponte Hercilio Luz


Niagara Falls







quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A encantada da cachoeira

A tia benzedeira sempre lembrava: "Melhor não ficar na rua às seis da tarde. É a hora morta". E Seu Arante com meia dose de medo e meia de respeito, se esforçava pra sair do Pântano do Sul de manhã cedido, ir até o Ribeirão da Ilha a pé pela Costa de Dentro e voltar antes daquela hora maldita. Não foi por falta de aviso que dia ele se atrasou e descobriu no que dá atravessar o Sertão do Ribeirão quando não se deve. Era Inverno de algum ano da década de 1960 e, como todo inverno, o sol ia embora mais cedo.  Arante José Monteiro ainda esbanjava juventude com seus 30 e poucos anos. Peixe dava de monte no Pântano do Sul, no chão do Ribeirão nascia de tudo. Levava-se o peixe de um lado pra trocar pelas verduras e farinha do outro. Nesse dia, Seu Arante fez tudo como sempre: levantou no breu, antes das 6h, carregou o cavalo com dois balaios atolados de peixe - um balaio de cada lado pro cavalo não ficar penso-, e se pôs na estrada. Ele a pé, guiando o bicho pela rédea. Ao meio-dia, já tinha passado o Morro da Boa Vista e, no Sertão do Ribeirão, visitado a avó. Seguiu viagem, trocou o peixe pelas verduras e farinha, mas resolveu ir mais longe, deu uma esticada até a casa da irmã, Maria, na Costeira do Ribeirão. Não devia ter feito isso. O tempo, coisa mais rápida que tem, passou e ele não viu. Quando resolveu voltar para o Pântano do Sul, o sol já pedia pra ir embora. Ele e o cavalo eram as únicas vivas almas no caminho. Eram eles, o lusco-fusco e o silêncio, vez ou outra quebrado pelo mato mexido com o vento Sul. O passinho era miúdo, a barriga apertada de medo. Arrepiava tudo. Estavam no meio do Sertão e a hora morta já havia alçando eles. Seu Arante ouvia o barulho da cachoeira do lugar. Deu um ou dois passos de cabeça baixa, quando sentiu o cavalo refugar e pular para trás. Ergueu a cabeça, olhou para frente e ficou congelado com o que viu. Uma mulher, vestido branco arrastando no chão, cabelo preto comprido e uma cara de quem faz questão de dizer: “eu já morri”. Ela encarava Arante como se quisesse levar ele pra lugar de onde não se volta. Do lado dela, esticada no chão, uma toalha vermelha lembrava sangue derramado, mas para Arante isso é um mistério ate hoje. O jovem nem se lembrou da reza para espantar visagem – “te benzo em nome do Pai, do cristo e Espírito Santo” -, agarrou-se no cavalo, apertou os olhos e só abriu quando sentiu o arrepio passar. A mulher tinha sumido, do mesmo jeito como apareceu, por encanto. Contando a história, hoje com 80 anos. Seu Arante fita vista no nada e jura que foi tudo assim e que a mulher de branco ficou conhecida como a Encantada do Cachoeira..

Diamante

Os diamantes são a forma cristalina do carbono, transformada pela temperatura e pressão extremas. Bilhões de anos de pressão acabam transformando o pedregulho sem valor numa pedra preciosa. A vida opera de modo semelhante. Situações de tumulto e pressão na vida podem ser convertidas em oportunidades maravilhosas. É não precisa levar bilhões de anos. No momento que mudamos nossa consciência e reconhecemos o valor espiritual oculto por trás de nossas dificuldades, um diamante novo e reluzente se forma. Hoje, concentre-se em transformar suas situações negativas em positivas. O primeiro passo é parar de reclamar, sair do papel de vítima, se colocar numa posição de controle é assumir a responsabilidade. Depois, injete certeza de que a Luz está presente.

Culpa

Todos nós cometemos erros, faz parte da natureza humana. Existe um ditado sábio que diz que o único erro é quando a pessoa não aprende nenhuma lição com seu erro. Não sinta culpa quando fizer alguma besteira e “pisar na bola”. Não deixe sua auto-estima desabar. Não se aprende com o sucesso, o maior mestre é o fracasso, que nos ensina as maiores lições. Reflita hoje em erros que você cometeu no passado e perceba o grande aprendizado que veio como resultado. Deste ponto de vista, o equívoco foi bom porque lhe ensinou algo de novo, trouxe crescimento. Ficar atolado na lama da culpa não traz evolução nenhuma. Fingir que não foi nada e deixar para lá também não. Assumir a responsabilidade pelos erros, aprender a lição, e mudar daqui para frente, esta sim é uma abordagem proativa.

Milagres

Muitas vezes pedimos milagres específicos, que pode ser uma nova carreira profissional, um relacionamento afetivo cheio de paixão, uma casa maior para morar ou uma melhora de saúde. Infelizmente esta forma de pensar limita nossa conexão com milagres em vez de aumentá-la. É melhor estar aberto para tudo, para o que for. Elimine os interesses estreitos e permita que a Luz lhe guie na direção para a qual você realmente precisa ir em sua vida. Pode não ser exatamente o que você espera no momento, mas a longo prazo, com certeza, é o melhor, acredite. Se ficarmos concentrados em uma ou duas possibilidade, restringimos a Luz. Entenda que tudo que acontece em sua vida vem para lhe ajudar no seu crescimento espiritual, desde que você perceba os acontecimentos como oportunidade em vez de percebê-los como obstáculos. Reveja suas metas na vida e identifique os tipos de pensamento limitado que podem estar inibindo que os milagres fluam para sua vida. É muito importante refletir sobre isso.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Lindo pôr do sol


Vitimas

A vida não é aleatória. Tudo que acontece com você tem alguma causa que você mesmo plantou no passado. Sem esse entendimento, passamos as ser vítimas, sem controle da vida e do destino. As repercussões de nossas atitudes negativas e egoístas só aparecem no futuro em algum momento em que já nos esquecemos do que poderia ter causado aquilo. Queremos culpar outra pessoa – ou, quem sabe, alguém lá cima – por nossa situação. Em vez de apontar os dedos, devemos viver uma vida com retidão. Plantando melhores sementes, criaremos melhores árvores e colheremos melhores frutos.

Semente

O universo é regido pela lei de causa e efeito. Cada ação positiva gera outra; cada ação negativa causa algum retorno negativo. O tempo cria uma separação entre a causa e o efeito. Quando o efeito finalmente acontece não conseguimos “ligar os pontos” e saber a causa. Passamos a achar que a vida é aleatória e que as coisas acontecem sem causa. Uma árvore vem de uma semente. Depois que cresce, se cavarmos embaixo dela para descobrir de onde vem, não encontraremos a semente, mas a raiz. Isto não quer dizer que a árvore não venha da semente. Embora oculta, ela continua sendo a causa da árvore.